Maria Heloísa foi uma das mais de 1.300 crianças menores de 10 anos de Diadema que tiveram covid-19
Da Redação – Ao chegar perto da porta da UTI e ouvir a frase “O nome da minha mãe é Patrícia”, a felicidade tomou conta da moradora de Diadema Patrícia Leal Luz. As palavras eram as primeiras ditas pela filha Maria Heloysa Leal Mendes, com três anos na época, depois de ser extubada. Ela ficou intubada por cinco dias, em dezembro de 2020, devido a complicações causadas pela covid-19. A pequena, hoje com cinco anos, foi uma das 1.353 crianças com idade entre zero e nove anos que receberam a confirmação do diagnóstico de covid-19 em Diadema, desde o início da pandemia.
A história foi recontada para profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS) Canhema quando Maria Heloysa foi receber a primeira dose da vacina contra covid-19, em 20 de abril desde ano. “Minha filha é uma sobrevivente, ela lutou e é meu milagre. Quando entrei lá na sala da vacina e abri o cartaz, elas começaram a bater palmas. Eu tenho gratidão a Deus e à equipe médica. Se não fossem eles, quem seria?”, relembra Patrícia.
Covid-19 em criança
Após viajar com a família à cidade de Suzano, na região metropolitana de São Paulo, para comemorar o Natal, Maria começou a sentir dores no peito. Ela voltou no dia 26 de dezembro, foi internada e intubada no mesmo dia, no Hospital Central, em São Bernardo do Campo. “Quando chegamos ao hospital, ela foi direto para UTI. Fez teste de covid, deu positivo. Quando o médico falou que era covid, fiquei desesperada porque eu pensei que ela ia morrer”, afirma Patrícia.
Ao todo, foram 12 dias de internação, sendo cinco deles intubada e sete dias em isolamento. Maria Heloysa relembra o momento em que o médico disse que ela teria alta médica. “Eu lembro de tudo e senti que ia ficar muito feliz”, conta. Ela não teve nenhuma seqüela e atualmente faz acompanhamento para asma.
Dose de proteção
Tanto Patrícia como o esposo Tiago tiveram a doença no primeiro semestre de 2020 e o marido de uma prima faleceu de complicações por covid-19. “Quando minha filha voltou pra casa, eu ainda tinha medo. Ela venceu a covid, mas tinha o risco. Então, deixei ela e meu filho dois anos sem ir pra escola”, afirma Patrícia.
A chegada do imunizante trouxe esperança para toda a família. “Nós ficamos super felizes. A vacina não é a cura porque a pessoa não vai deixar de ficar doente, mas ela ameniza as consequências. Só fiquei tranquila quando chegou a vez dela, tinha que comemorar”, conta.
Atualmente, Diadema registra 381.553 moradores vacinados contra a covid-19, o que representa 96,5% da população elegível para vacinação (cinco anos em diante) com ao menos uma dose da vacina (D1) e 91% com o esquema vacinal completo (duas doses). Além disso, 68% das crianças de cinco a 11 anos receberam a primeira dose e 45% delas também receberam a D2.
O avanço da vacinação, a flexibilização das medidas restritivas e a desobrigatoriedade do uso de máscara trouxeram a possibilidade de retornar a rotina aos poucos. Entretanto, os cuidados não foram deixados de lado e a máscara é obrigatória ao sair de casa. Hoje, frequentar a escola e brincar com o gatinho Alexandre são as alegrias da pequena. “Agora tô feliz de estar em casa. Eu sentia saudade dos amiguinhos da escola. O brinquedo que eu mais gosto do parquinho é o balanço e eu vou bem alto”, relata Maria Heloysa.
Para a mãe, o registro da história da filha é importante. “Acho que a doença ainda vai existir, mas ela não vai causar tanto efeito na nossa vida. Vai chegar uma hora que todo mundo vai estar imunizado, as pessoas vão pegar a covid-19, mas ela não vai levar ninguém. Porque muita família se destruiu nessa pandemia”, pondera. “Eu achei que fosse perder minha filha e ver esse sorriso é um alívio. É a superação e vai ficar para sempre”, comemora Patrícia.
Casos
Desde o registro do primeiro caso de covid em Diadema, em 24 de março de 2020, foram 47.627 casos confirmados da doença entre pessoas de zero a mais de 100 anos de idade. Destes, 45.689 pessoas estão recuperadas, o que representa 96% dos casos.
Nenhum comentário on "Vacina contra covid-19 traz esperança para quem venceu a doença"