Pesquisa diz que pessoas estão sedentárias e ganharam peso, risco para a hipertensão

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Um quarto da população nunca foi ao cardiologista e, entre aqueles que foram, quase a metade ficou mais de um ano sem visitar o especialista

Da Redação – A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – promove uma campanha pelo Dia Nacional de Prevenção e Controle da Hipertensão Arterial, celebrado em 26 de abril. Segundo a entidade, 32,3% dos brasileiros são hipertensos e, após os 60 anos, este percentual sobe para 65%. E os números podem subir ainda mais por conta de uma pesquisa que a SOCESP acaba de tabular revelando que as pessoas ficaram mais sedentárias, ganharam peso e procuraram menos o médico ao longo da pandemia de Covid-19.

De acordo com o levantamento, entre uma população que já se caracteriza por não praticar exercícios rotineiramente, – 65,8% afirmam serem sedentários – o isolamento social surtiu efeito ainda mais negativo: a maioria dos consultados, 44,0%, admite ter feito ainda menos atividade física durante a pandemia. “O dado é preocupante porque o sedentarismo é um dos dez principais fatores de risco para a mortalidade global, causando cerca de 3,2 milhões de óbitos a cada ano”, lembra a presidente da SOCESP, Ieda Jatene.

Ainda segundo a pesquisa da SOCESP, 44,3% ganharam peso no período de combate à Covid-19. “Aqui temos outro sinal de alerta: obesidade e sobrepeso estão diretamente relacionados ao aumento da pressão arterial”, destaca o diretor de Promoção e Pesquisa da SOCESP, Luciano Drager. A doença está associada a 45% das mortes cardíacas e a 51% dos óbitos por doenças como o Acidente Vascular cerebral (AVC). A hipertensão é caracterizada pela elevação persistente e é diagnosticada pela medida adequada da pressão arterial. “Quando os valores estão iguais ou maiores que 140 mmHg (PA sistólica também chamada de máxima) e a mínima (PA diastólica) igual ou maior que 90 mmHg de forma persistente (ou seja, em pelo menos duas ou mais ocasiões diferentes)”, esclarece Drager.

O também diretor da SOCESP, Ricardo Pavanello, ressalta que grande parte dos pacientes chega tarde ao consultório. E a pesquisa mostrou isso também: 57,2% dos entrevistados disseram não terem ido às consultas de rotina no período da pandemia. Quando a pergunta foi sobre consulta cardiológica, 23,2% nunca foram ao cardiologista e 46,8% haviam feito a visita há mais de um ano. “O problema é que, na maioria das vezes, os sintomas só aparecem no estágio avançado, quando órgãos-alvo como o coração, cérebro, rins e olhos já foram comprometidos. AVC, insuficiência cardíaca, infarto, acometimento dos rins e retinopatia, que pode levar à cegueira, estão entre os danos da hipertensão”, alerta Pavanello.

Na campanha da SOCESP serão ressaltadas as ações que podem prevenir a doença como alimentação balanceada, com redução do consumo de sal e prática regular de atividade física, medidas que afetam diretamente a obesidade e excesso de peso e, consequentemente, a hipertensão. “Os exercícios aeróbicos são os mais indicados, como caminhada, corrida, ciclismo ou natação, e requerem 30 minutos, de cinco a sete dias na semana”, informa Luciano Drager.

O cardiologista completa dizendo que o cardápio adequado é um aliado quando o objetivo é emagrecer de maneira saudável e há várias propostas de dietas que previnem a hipertensão. “A dieta DASH e suas variantes, com baixa quantidade de gordura, dieta mediterrânea, vegetariana/vegana, nórdica, dietas com baixo teor de carboidratos, entre outras. Vale lembrar que os benefícios da alimentação saudável incluem a redução do consumo de sódio: quanto menos sal, mais saudável será seu prato”, conclui o diretor da SOCESP.

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