Grupo Izaías e Seus Chorões abre o projeto no Dia Internacional do Choro, também data de nascimento de seu maior expoente, Pixinguinha (1897-1973). Nos dias 7 e 8 de maio, Rita Braga ilumina a questão da falta de representatividade das mulheres instrumentistas no choro e o pouco espaço para o choro-cantado. A ideia é ser inclusivo e mostrar como o Choro é enriquecido com a presença de todos
Da Redação – Prestes a se tornar Patrimônio da Humanidade – está em curso seu registro como Patrimônio Imaterial pelo IPHAN -, o gênero surgido na música brasileira no final do século 19, como uma manifestação urbana, criado a partir de elementos de dança de salão, música popular portuguesa e africana, o CHORO é o personagem principal do CHORAÇO.
A série de shows propostas pelo SESC 24 de maio, entre 23 de abril e 20 de maio, celebra a valorização da produção atual do gênero musical, seja ela mais próxima da sonoridade tradicional, ou inclinada à música de concerto e outras roupagens contemporâneas. A programação apresenta shows, oficinas e bate-papos, trazendo artistas que mantêm a tradição e abrindo espaço também para as novas gerações de artistas. Nessa edição do Choraço há também reflexões sobre a mulher no Choro. Serão ao todo vinte atrações.
Não à toa o show de abertura, no dia 23 de abril, coincide com a data de nascimento do expoente do choro, PIXINGUINHA (23/04/1897), transformada em Dia Intern acional do Choro. Entre os destaques da programação estão as apresentações de Izaías e Seus Chorões (dias 23 e 24 de abril), o grupo de Choro mais antigo em atividade de São Paulo, com quase 50 anos de vida.
A cantora RITA BRAGA e o instrumentista e arranjador DINO BARIONI apresentam em duas noites o projeto Se Me deixam Chorar (dias 7 e 8 de maio), com uma banda base de 12 músicos, com quarteto de cordas, naipe de sopros, piano, violão, bandolim, guitarra e percussão. Uma banda mista com 7 mulheres e 5 homens. A ideia é justamente ser inclusivo e mostrar como o Choro é enriquecido com a presença de todos
Outro destaque da programação é o show de NAILOR PROVETA (dia 5 de maio) interpretando temas do compositor e clarinetista Abel Ferreira, tributo pensado a partir da série “Clássicos do Choro Brasileiro – Você é o Solista!”., série que traz compositores renomados de Choro e suas principais composições. Esta coleção d e CDs e playalong songbooks é voltada para estudantes de música, possibilitando experimentem com diferentes faixas de áudio e acompanhem as músicas com seus instrumentos.
Lançado no final em 2021, o songbook de Abel Ferreira conta com o clarinetista Nailor Proveta sendo seu principal solista, acompanhado de um regional de choro de primeira linha. Para este show, Proveta e seu regional trazem o repertório do CD em uma bela homenagem à carreira e às composições de Abel Ferreira. Maestro Leonardo Bruno, 77 anos, filho do Abel Ferreira, virá especialmente de Petrópolis assistir ao show de lançamento de Proveta.
Dias 23 e 24 de abril – IZAÍAS E SEUS CHORÕES
Saudoso das rodas de choro em São Paulo, o bandolinista IZAÍAS, aos 84 anos de idade, abre o projeto em grande estilo. “Rodeado” de amigos de todas as idades e de instrumentos típicos do choro, como a flauta de Toninho Carrasqueira, o violão de Paulo Bellinati, o pandeiro de Clodoaldo Coelho e o trombone de Allan Abaddia. Nas noites ele convidou também amigos de instrumentos não tão típicos (ou portáteis) para as rodas de choro como o piano de Dudah Lopes e Silvia Goes, o vibrafone de Ricardo Valverde e o quinteto de cordas Quintal Brasileiro.
A curadoria é do próprio Izaías e a direção musical é de seu irmão Israel, parceiro musical de toda uma vida Israel, acompanhados pelo grupo Izaías e Seus Chorões. (mais antigo grupo paulista de Choro ativo, com quase 50 anos de vida, formado por Izaías Bueno de Almeida no bandolim, Israel Bueno de Almeida no violão 7 cordas, Marco Bailão no violão, Getúlio Ribeiro no cavaquinho e Allan Pio no pandeiro). Izaías Bueno de Almeida é “testemunha auricular” de nossa música desde o fim dos anos 1940. Sua trajetória artística se mistura à própria história do choro em São Paulo e no B rasil: das rodas informais nas ruas aos regionais em rádios e discos, passando por períodos de esquecimento na década 60 com o sucesso estrondoso da Bossa Nova, até chegar a grandes palcos na televisão. Izaías é reverenciado e querido por todos os músicos do Choro. O público será brindado nas duas noites com shows diferentes com convidados e repertórios distintos.
No dia 23/04 o show será dedicado aos Primórdios do Choro e os convidados são Toninho Carrasqueira (flauta), Ricardo Valverde (vibrafone), Clodoaldo Coelho (pandeiro) e Dudah Lopes (piano). No repertório,Batuque (Henrique Alves de Mesquita), Flor Amorosa (Joaquim Callado), Faceira (Ernesto Nazareth), Jururu (Adalberto Vieira de Azevedo), entre outras.
No dia 24/04 o tema do show é Resistência do Choro com os convidados Paulo Bellinati (violão), Silvia Goes (piano), Allan Abbadia (trombone) e o quinteto de cordas Quintal Brasileiro. No repertório, Vascaíno (Jacob do Bandolim), Tributo a Esmeraldino (Izaías Bueno de Almeida), Choro Negro (Paulinho da Viola) e Chega de Saudade (Tom Jobim, Vinícius de Moraes), entre outras.
Serviço – Show Izaías e seus Chorões. Dia 23 de abril, sábado, às 20h. Participação especial – Toninho Carrasqueira (flauta), Dudah Lopes (piano), Ricardo Valverde (vibrafone), Clodoaldo Coelho (pandeiro). No Teatro (1º subsolo). Classificação: 12 anos. Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia), à venda em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias do Sesc SP. R. 24 de Maio, 109 – República, São Paulo – SP, 01041-001.
Dia 24 de abril, domingo, às 18h. Participação especial – Paulo Bellinati (violão), Silvia Goes (piano), Allan Abbadia (trombone) e Quintal Brasileiro (quinteto de cordas). No Teatro (1º subsolo). Classificação: 12 anos. Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia), à venda em sescsp.org.br/24demaio e nas bilheterias do Sesc SP.
Show em homenagem a ABEL FERREIRA
Dia 5 de maio – NAILOR PROVETA E GRUPO DE CHORO. Lançamento do tributo ao compositor e clarinetista Abel Ferreira, série da Choro Music “Clássicos do Choro Brasileiro – Você é o Solista!
Nailor Proveta (clarinete, sax alto e sax soprano), Rafael Beck (flauta), Henrique Araújo (cavaquinho), Italo Peron (violão de 6 cordas), João Camarero (violão de 7 cordas), Rafael Toledo (pandeiro, ganzá, caixeta, reco-reco).
Show SE ME DEIXAM CHORAR
Dias 7 e 8 de maio – Com foco na falta de representatividade das mulheres instrumentistas no Choro e no pouco espaço para o choro-cantado nas rodas de choro, shows e festivais, o SE ME DEIXAM CHORAR (título em alusão ao livro “Se Me Deixam Falar” publicado no Brasil nos anos 70, que evidenciava a opressão feminina na extração de minérios na Bolívia), é um projeto de dois shows, duas noites distintas tanto em repertório como em participações especiais.
No dia 7 de maio a noite chama-se Choro Amoroso, um repertório mais lírico e tradicional, com participação das instrumentistas Daniela Spielmann (saxofone), Cassia Carrascoza (flauta) e das cantoras Adriana Godoy e Bia Goes. No repertório: Jamais (Jacob do Bandolim), Pedacinho do Céu (Waldir Azevedo), Assanhado (Jacob do Bandolim), Cassiando Encrenca (Cyro Pereira), Ingênuo (Pixinguinha/Paulo César Pinheiro), Falando de Amor (Tom Jobim/Vinícius de Moraes), Doce de Coco (Jacob do Bandolim/Hermínio Bello de Carvalho), entre outras.
No dia 8 de maio a noite chama-se Choro Atrevido, com repertório mais apimentado e ‘fora da caixa’, contando com a participação das cantoras Maria Alcina e Patricia Bastos, a pianista Heloísa Fernandes e o grupo Choronas, primeiro grupo musical feminino do gênero. No repertório: Cantar (Godofredo Guedes), Bandolim Seresteiro (Wanessa Dourado), Yaô (Pixinguinha), Chorinho Pra Ele (Hermeto Pascoal), O Que Vier Eu Traço (Zé Maria e Alvaiade), entre outras.
A curadora e cantora Rita Braga vem se dedicando ao tema no site www.meninatbchora.org e participa das duas noites cantando e apresentando o repertório, os artistas e as questões do projeto. Dino Barioni, grande músico que, entre outros feitos, é reconhecido por Wynton Marsalis como grande arranjador de Choro, fez arranjos exclusivos para os shows e conta com uma banda base de 12 músicos, com quarteto de cordas, naipe de sopros, piano, violão, bandolim, guitarra e percussão. Uma banda mista com 7 mulheres e 5 homens. A ideia é justamente ser inclusivo e mostrar como o Choro é enriquecido com a presença de todos.
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