Nobelina: a representação da força feminina no nordeste dos anos 1960

224 0

Filha do saudoso poeta e cordelista paraibano Zé Laurentino, Cibele Laurentino levanta críticas ao machismo e racismo ao redesenhar personagem criada pelo pai na década de 60

Da Redação – Jovem negra matuta do interior nordestino, Nobelina é extremamente audaciosa. Ela busca estudo, liberdade e igualdade de gênero; uma verdadeira feminista em plena década de 1960. É esta protagonista inspiradora que dá nome e conduz o enredo do romance de estreia da escritora e poetisa paraibana Cibele Laurentino.

Herdeira de José Laurentino, um dos maiores poetas do nordeste brasileiro, Cibele fez da cultura local a maior inspiração para suas produções. Nascida no berço da literatura de cordel, foi a personagem do poema homônimo do pai “Eu, a cama e Nobelina” que ganhou vida pelas mãos da escritora.

Tanto no poema como no livro, Nobelina é uma jovem belíssima e humilde, que deseja ser dona do próprio destino. Na contramão de sua vontade, ela foi criada para se tornar a mulher ideal diante de uma sociedade neocolonial, machista e patriarcal: esposa e dona de casa exemplar.

Ao ganhar uma história para si, a personagem mostra força. Com personalidade visionária, quebra barreiras para realizar o sonho de ser professora e, por meio da educação, fazer a diferença naquela sociedade conservadora. O que ela não esperava era se apaixonar e agora precisa escolher entre um futuro promissor ou o destino que lhe foi imposto.

— Oxe, mãe! Não quero ter a sua vida. Quero estudar, ser professora,
ganhar meu dinheiro. Ser independente. — Saiu chorando, murmurando
pela roça, pensando em uma forma de mudar a ideia do pai.
 (Nobelina, pág. 30)

Apesar de a história se passar no nordeste brasileiro, a autora quer mostrar que assuntos polêmicos, como a misoginia, machismo, homofobia e violência doméstica, continuam presentes em todos os lugares.

Com ilustrações de Alberto Dias, a obra ainda evoca as riquezas culturais do povo nordestino; destaca a religiosidade, devoção às tradições locais e a autenticidade do folclore. Cibele Laurentino também presenteia os leitores com a riqueza linguística do dialeto matuto, a partir de expressões populares.

FICHA TÉCNICA
Título: 
Nobelina
Editora: Plus Editora
Autora: Cibele Laurentino
ISBN: 978-65-87068-74-9
Páginas: 300 páginas
Formato: 16×23 cm
Preço físico: R$ 40,00
Link de venda: Amazon e com a autora

Sobre a autora: Cibele Laurentino nasceu em Campina Grande (PB), é formada em Gestão em Turismo, cursa Letras e é estudante de escrita criativa. O gosto pela leitura e escrita começou na infância, por influência do pai: é filha do saudoso Zé Laurentino, poeta, cordelista e escritor. Além disto conviveu com poetas populares, cordelistas, cantadores de viola e emboladores de coco.

“Cactus – Poesias, sentimentos e emoções” foi seu primeiro livro publicado, no qual a poesia é explorada por meio de sentimentos, momentos e dores de forma modernista. Já Nobelina, publicado pela Plus Editora, é seu romance de estreia e agraciado pelo Prêmio Maria Pimentel.

Redes sociais:
Instagram: @cibelelaurentino
Facebook:
 Cibele Laurentino

Total 0 Votes
0

Tell us how can we improve this post?

+ = Verify Human or Spambot ?

Nenhum comentário on "Nobelina: a representação da força feminina no nordeste dos anos 1960"

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *