Da Redação – Ronaldo Caiado, senador do DEM-GO, abriu nesta sexta-feira, 8/4, o Ciclo de Debates “Vamos Mudar o Brasil”, realização do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), cuja proposta é identificar caminhos para que o Brasil saia da atual crise e seja colocado de volta nos trilhos do desenvolvimento. A entidade já se posicionou favoravelmente ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O senador pontuou algumas das dificuldades atuais do País – inflação galopante, desemprego em alta, perda de confiança, escândalos de corrupção, etc. – e classificou como “divisor de águas” o processo de impeachment. Em referência ao clima de enfrentamento social, o senador afirmou: “O PT conseguiu fazer o jogo do ‘nós’ contra ‘eles’. Tivemos embates na Constituinte, mas jamais vimos algo como o que estamos vendo hoje”.
Caiado lembrou as ameaças do secretário de Finanças e Administração da Contag, Aristides Santos, durante cerimônia no Palácio do Planalto, dia 1º/4. “A presidente da República está levando para dentro do Palácio do Planalto gente que instiga a violência. Ela mesma faz incitação ao crime. Um cidadão ocupou o púlpito do Planalto para declarar que vai invadir casas, gabinetes de deputados e propriedades privadas, e, ao descer de lá, em vez de ser algemado, foi abraçado por ela”, contextualizou.
Caiado denunciou, ainda, o uso da máquina para comprar votos de parlamentares. “Mesmo com os surtos de dengue, zika e h1n1, o governo contingenciou, no dia seguinte ao desembarque do PMDB, R$ 21 bilhões, sendo R$ 2,3 bilhões só da Saúde. No entanto, foram autorizados, para empenho e pagamentos, R$ 6,6 bilhões de emendas individuais de deputados e senadores”, apontou. Contra isso, Caiado impetrou um mandado de segurança preventivo no Supremo Tribunal Federal (STF), que está sob apreciação do ministro Celso de Mello, para que esses R$ 6,6 bilhões sejam distribuídos de forma equânime entre os 513 deputados e os 81 senadores, independentemente de sigla partidária. “O não cumprimento disso pode fazer com que a gente bloqueie toda a utilização desse repasse.”
Para Caiado, não faz sentido Dilma continuar querendo ser presidente. “Em um ano e meio, ela não fez nada. Não apresentou um projeto porque não tem base política para garantir a aprovação. Está totalmente descredenciada pela população”, enfatizou. O senador refletiu sobre a gravidade da situação que, de acordo com ele, pode se instaurar no País se o impeachment não for aprovado. “A ingovernabilidade está instalada. E aí? Vamos suportar e vamos sobreviver de que jeito? Em um país onde o enfrentamento será ainda mais acirrado? O deputado federal que hoje se coloca contra o impeachment é de uma irresponsabilidade sem tamanho.”
Flavio Amary, presidente do Secovi-SP, fez coro às constatações de Caiado no que se refere aos descalabros descortinados nos últimos anos. “Fomos assaltados por um esquema de corrupção de proporções inimagináveis. Antes, porém, nos deixamos seduzir por um sonho de crescimento. Os fundamentos da política econômica estavam alicerçados. As bases do desenvolvimento, assentadas. O que não imaginávamos é que esses pilares seriam irresponsavelmente demolidos”, disse.
Caiado ressaltou que o instrumento mais eficiente para garantir que os deputados aprovem o impeachment é a pressão popular. “Se puderem, vão a Brasília no dia 17/4”, convocou. Essa é a data em que Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, pretende votar a matéria.
Pressão nos políticos – Dia 13/4, uma comissão do Secovi-SP liderada por Flavio Amary irá a Brasília para visitar deputados cuja posição em relação ao impedimento da presidente, por hora, é incerta. “Vamos conversar com parlamentares que ainda estão indecisos quanto ao processo de impeachment, o qual apoiamos publicamente por entender que esta é a única forma de desatar o primeiro nó que travou o País: o nó da crise política. Ao desatá-lo, começaremos a cuidar de outros tantos nós”, afirmou Amary.
Em 2015, a queda no volume de lançamentos residenciais na cidade de São Paulo foi de 37% em relação a 2014, relação direta da falta de confiança das pessoas para adquirir imóvel novo e dos empresários, que não veem com bons olhos o horizonte que se desenha. “Isso significa desemprego nos canteiros de obras, nos escritórios de incorporadoras, construtoras, loteadoras, administradoras de imóveis. Desemprego nas indústrias de materiais de construção, de móveis, eletroeletrônicos, tapetes, cortinas. Desemprego no segmento de serviços que atendem o setor: arquitetos, advogados, publicitários, paisagistas, decoradores etc. Não podemos observar o naufrágio do País e nada fazer”, enfatizou o presidente do Secovi-SP.
Day after – Perguntado sobre o “dia seguinte” ao impeachment, Caiado demonstrou-se otimista. “Vamos cobrar um programa que tenha apoio suprapartidário, um plano de governo que tenha votação necessária para fazer as mudanças e dar um norte ao País, de forma a resgatar a credibilidade e trazer mais confiança a todos”, salientou. “Se tivermos 342 votos na Câmara para aprovar o impeachment, é obrigação desses mesmos 342 participarem de um plano que resgate o Brasil”, finalizou, adicionando que tem certeza da vitória e de que Dilma será impedida pelo Congresso. “A Câmara aprovando, o Senado não vai se colocar contra dois terços dos deputados. Seria um escárnio. Seria o fechamento do Senado.”
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