Bares e restaurantes do ABC lamentam a falta de eventos de confraternização

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Os tradicionais eventos que antecedem as festas da época estão abaixo da expectativa

Da Redação – Os bares e restaurantes da Região esperam que o movimento deste ano seja melhor em relação ao ano do passado, considerando que foi um período atípico e de insegurança para o setor. Já em comparação com 2019, antes da pandemia, a recuperação está abaixo da expectativa. A aposta dos empresários era nas tradicionais festas de confraternizações que não estão se confirmando.

Segundo o Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), em geral, os estabelecimentos incrementam o faturamento no fim do ano em função dos eventos típicos dessa época. No entanto, não é o que está acontecendo este ano. As confirmações pelas festas, seja corporativa, de amigos ou famílias, não estão se concretizando e estão bem abaixo em comparação ao que era realizado em 2019.

As reservas que costumavam acontecer em novembro não chegaram nem no início de dezembro. Os empresários esperam fechar as agendas apenas nas duas semanas que antecedem o Natal. “As minhas primeiras e poucas confirmações aconteceram por volta do dia 10 de dezembro e outras reservas somente para a semana do Natal”, explicou Francisco Montiani Martins, conhecido como Kiko, dono do pub Old Town, na Rua das Figueiras, em Santo André.

Pequenos eventos – Em São Bernardo, o cenário é parecido. O Brasa Bar e o pub Liverpool, que ficam na Avenida Kennedy, recebiam eventos de grandes empresas e que não aconteceram neste ano. O dono dos estabelecimentos, Carlos Alberto Miranda, o Carlinhos, disse que conseguiu realizar apenas festas menores.

“Só fizemos eventos com até 70 pessoas. Antes fazíamos com, no mínimo, 150 convidados. As empresas que agendavam as confraternizações, decidiram cancelar neste ano. Claro que em relação ao ano passado estamos melhores, estamos de portas abertas, mas precisamos de um movimento maior para pagar as contas, para recuperar o prejuízo por ter ficado muito tempo fechado”, contou.

Novo horário – Os empresários ressaltam ainda outro aspecto, o novo horário de funcionamento em algumas cidades da Região. Em São Bernardo, o Decreto Municipal, em vigor desde 13 de dezembro, restringe o horário de funcionamento até as 2h da manhã. A medida foi adotada em função da nova variante ômicron no País.

“Como você vai trabalhar com esse horário nesse período? Não dá. O que vai acontecer é que os clientes vão migrar para outras cidades, como São Caetano, por exemplo, que não tem medida restritiva. Eu tenho no bar um anexo reservado para baladas que está fechado há 21 meses. O meu projeto era reinaugurar em janeiro, mas já desisti”, lamentou. O local recebia, antes da pandemia, mil pessoas por semana, segundo ele.

Falta apoio – Aquelas conhecidas filas de espera pelos clientes já não são tão costumeiras. “Estamos com as reservas concentradas nas duas últimas semanas do ano e trabalhando com 80% da capacidade”, disse o dono do restaurante Canoa Quebrada, em Ribeirão Pires, Cesar Ricardo Santos Ferreira.

O empresário, que também é diretor do Sehal, disse que adotou estratégias para manter um bom fluxo no estabelecimento. “Diminuímos a capacidade de atendimento no salão, dessa forma evitamos mais contratação, mesmo de pessoal temporário, para não aumentar o custo. Também tiramos o serviço por quilo e concentramos as opções no formato à la carte”, comentou. 

O presidente do Sehal, Beto Moreira, disse que a categoria precisa de apoio e incentivo, já que teve o seu faturamento reduzido. “Os bares e restaurantes que costumam ser locais de encontro entre amigos e familiares estão sendo afetados mais uma vez”, lamentou.

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