* Gabriel Clemente – O Brasil viu, neste 7 de setembro, data cívica que marcou 199 anos da nossa Independência, um líder abalado, desequilibrado, que só vê no fomento do confronto e da discórdia meios para tentar fidelizar ainda mais a sua fatia de eleitores, que mais parece uma seita de fanáticos.
Bolsonaro não governa mais há tempos.
Vendo a sua popularidade derreter, mês a mês, em todas as pesquisas, ele está em campanha há mais de ano já.
Não há bom senso.
Não há pragmatismo, sugestões a fim de solucionar os graves problemas que afligem o país, como a crise sanitária, desemprego alto, inflação e a carestia.
Encurralado pelas descobertas da CPI, bem como pelos escândalos de corrupção dos filhos, o presidente não vê mais outra saída a não ser partir para o tudo ou nada.
Intencionalmente, para enganar os incautos e cegos seguidores, ele usa mentiras, falácias, no tocante às decisões do STF que vão contra os seus interesses, como a disseminação de notícias falsas, ameaças e incitação à violência deliberada.
Bolsonaro alega que a Suprema Corte está cerceando a “liberdade de expressão”, mas se ‘esquece’, de propósito, que há limites, um sistema de freios e contra-pesos para evitar o cometimento de delitos, como calúnia, difamação e apologia ao crime.
Apesar do parlamento já ter rejeitado a proposta do tal voto impresso, ele insiste em falar em fraude, talvez, já preparando um “argumento” para a sua inevitável derrota nas urnas, com um TSE que estará sendo presidido pelo seu alvo favorito neste momento, o ministro Alexandre de Moraes.
O fato é que, infelizmente, somos governados por um sujeito com sérios transtornos de ego e personalidade.
Não é preciso ser profissional de saúde mental para chegarmos a essa conclusão.
Egocentrismo, falta de empatia, sobretudo com as vítimas da maior crise sanitária dos últimos cem anos, culto desproporcional à própria imagem, bravatas, mentiras aos montes e ameaças.
Esse comportamento, aliado às crises política e institucional causadas por esse sujeito, espanta investidores, que não sentem mais confiança em investir no país.
Assim, com poucos dólares na praça, o preço da moeda americana sobe, desvaloriza a nossa e tudo fica mais caro e menos acessível.
Quem mais sofre com isso é o povo pobre, claro.
Mas Bolsonaro não está nem um pouco preocupado com isso.
Seu principal objetivo, hoje, é tentar se reeleger a qualquer custo, nem que, para isso, tente um golpe.
E, pasme, ainda há quem acredite que ele seja a personificação da aversão ao ‘sistema’, ao ‘stableshiment’, uma figura que, juntamente com a família toda, vive da política há cerca de 30 anos e cansou de trocar de siglas partidárias.
Realmente, o populismo e o fanatismo cegam, mas, atualmente, esse efeito só atinge, no máximo, 25% do eleitorado, que até poderá levá-lo a um segundo turno, mas será insuficiente para reelegê-lo.
Seus adversários estão adorando tudo isso.
Afinal, Bolsonaro é o maior e melhor cabo eleitoral de seus opositores.
* Gabriel Clemente é jornalista graduado pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Atuou como assessor de imprensa político, repórter da Rádio ABC e assistente de Comunicação Institucional do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA)
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