Maicon Andrade curte ascensão meteórica no esporte em São Caetano

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Da Redação – Invariavelmente, a vida de um atleta é marcada pela superação. Em alguns casos, desde antes do ingresso no esporte. E aí dificuldades são como molas propulsoras da dedicação, suor e lágrimas por alcançar um objetivo, uma vitória. Esta engrenagem torna mais forte. Assim é com Maicon Andrade, integrante da equipe de taekwondo de São Caetano que conquistou a vaga para disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto.

Caçula de nove irmãos, Maicon, de 23 anos, trabalhou de ajudante de pedreiro de segunda a sexta e de garçom aos sábados para ajudar no sustento da família em Justinópolis, distrito de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais. Sobrava apenas o domingo para fazer o que ama, como diz: o taekwondo.

A paixão surgiu na infância. “Minha irmã me levou para a capoeira. Eu não era um menino quietinho. Gostava de chutar e aí o taekwondo se encaixou perfeitamente”, recorda. Mas, as condições na pequena cidade não eram favoráveis.

Em 2013, durante um torneio em que era reserva, chamou a atenção dos irmãos Clayton e Reginaldo dos Santos, técnicos de São Caetano. O convite foi feito e aceito na hora. Em apenas oito meses na cidade, com uma rotina de treinamentos com alguns dos melhores lutadores do País, Maicon chegou à seleção brasileira.

A ascensão meteórica continuou. E os percalços fora do esporte também. Conquistou a medalha de bronze nas Universíades da Coreia do Sul, em 2015, mesmo ano em que sua mãe, Dona Vitória, foi diagnosticada com câncer de mama. A “guerreira”, como define, superou a doença. Uma força talvez hereditária, que emociona o filho.

Com o alívio na vida pessoal, voltou o foco à seletiva olímpica. Conquistou a vaga sexta-feira (18/3), em Vitória, no Espírito Santo. “Estou realizado, mas sei que agora será ainda mais difícil. Vou treinar o triplo. O meu sonho, que era disputar a Olimpíada, agora passou a ser o ouro no Rio”, revela, com humildade e pés no chão. “Medalha não se constrói na Olimpíada, mas sim no centro de treinamento, todos os dias.”

Na quarta-feira (23/3), Maicon visitou o prefeito Paulo Pinheiro para agradecer o apoio da Prefeitura. “A estrutura que encontrei aqui foi fundamental para a conquista da vaga”, reconhece.

Estrutura não só técnica e financeira. Os técnicos Clayton e Reginaldo incentivaram Maicon a estudar. O lutador, que chegou em São Caetano com o primário, fez supletivo e ingressou na faculdade de Educação Física. “Ganhei mais uma família.”

A família de São Caetano o ajuda a projetar a disputa no Rio de Janeiro. Dos 15 adversários de sua categoria (acima de 80kg), Maicon já enfrentou oito: venceu sete. Um prognóstico animador. O outro, é ter a certeza de que Dona Vitória estará nas arquibancadas. “Vai me passar força, com certeza. Depois, quero levá-la para conhecer o exterior. É o sonho dela.”

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