* Ray Souza e ** Fernando Gamboa – O varejo brasileiro está atravessando uma transformação profunda e o Brasil, como país continental, vivencia isso de diversas maneiras. Os consumidores de todas as regiões estão mais conectados, engajados, empoderados e exigentes. Há um aumento evidente, com a pandemia, do uso da tecnologia com o protagonismo do comércio digital.
Os itens a seguir evidenciam as principais mudanças enfrentadas pelo varejo: utilização massiva de dados para impulsionar o crescimento das empresas; digitalização acelerada decorrente da pandemia; propósito e fatores ESG no centro do negócio; avanço dos ecossistemas de plataformas tecnológicas.
Este cenário faz com que as empresas precisem implementar novas estratégias de negócios para atingirem o sucesso, com vertentes relevantes na definição de prioridades: valor e propósito são fundamentais para conquistar clientes; consumidores estão fazendo uso intensivo de tecnológicas; empresas com maior digitalização conseguem manter os consumidores interessados na continuidade na relação; consumidores confiam em empresas com as quais tenham um alinhamento de propósito, que vai mais além do lucro, está relacionado com a forma sustentável que a empresa se relaciona na sociedade na qual está inserida.
Em Minas Gerais, a situação não é diferente e dados revelam que o varejo mineiro está otimista neste primeiro semestre de 2021. De acordo com pesquisa da Fecomércio MG, realizada em janeiro com 401 empresas, 40% dos empresários viram seu volume de vendas melhorar no segundo semestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019. Neste índice, para 64% dos estabelecimentos a melhora foi de até 20%. Na comparação com o primeiro semestre de 2020, 44% dos empresários registraram aumento de vendas.
A pesquisa apontou que otimismo e esperança foram citados por 48% dos empresários para justificarem as boas perspectivas. Além disso, 30% do comércio investirá em ações promocionais e 25% realizará ações de divulgação e propaganda. Entre os segmentos que devem se destacar em Minas Gerais estão: informática, telefonia e comunicação (72%); combustíveis e lubrificantes (70%); veículos e motocicletas, partes e peças (63%); livros, jornais, revistas e papelarias (60%).
O varejo está se digitalizando a cada dia em todo no Brasil e em Minas Gerais, com o comércio digital se tornando mais relevante. Propósito e confiança caminham juntos e estão sendo integrados aos negócios, em linha com os conceitos ESG. Há mais preocupação com o meio ambiente, impulsionando o conceito de economia circular. Do ponto de vista da entrega, a logística está se aprimorando e viabilizando novas estratégias. A tecnologia continuará sendo relevante e necessária para o sucesso dos negócios nesta economia cada vez mais digital. Futuramente, o 5G também será relevante para a conectividade, podendo proporcionar uma aceleração ainda maior na digitalização.
Ao mesmo tempo, o consumidor é mais ativo e deve ocupar mais o centro das estratégias empresariais. Para os varejistas, as soluções estão em fomentar novas experiências, ter um modelo eficiente para o uso de dados, investir em novas plataformas, cuidar da segurança digital, transformar modelos de negócios, melhorar a cadeia de suprimentos e implementar novas tecnologias para o crescimento dos negócios.
* Ray Souza é sócio de Mercados da KPMG no Brasil e líder Regional em Minas Gerais, e ** Fernando Gambôa é sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e América do Sul
Nenhum comentário on "O futuro do Varejo em Minas Gerais"