Levantamento no estado de São Paulo revela que 82% do chamado grupo 50+ têm ensino superior e quase 80% aproveitaram o período da pandemia para treinamentos e cursos
Redação – Segundo pesquisa da consultoria Global Great Place to Work, no Brasil não há nem 5% de pessoas com mais de 50 anos empregadas nas organizações. Tal situação ficou ainda pior com a pandemia, pois as demissões atingiram em cheio o grupo chamado 50+. De acordo com levantamento feito pela plataforma Maturi Jobs, que ouviu em julho 1.317 pessoas com mais de 50 anos no estado de São Paulo, mais da metade deles perdeu o trabalho no último ano.
De olho nesse cenário, a vereadora andreense Dra. Ana Veterinária (DEM) protocolou Indicação ao prefeito Paulo Serra para que a prefeitura realize uma ação junto a empresas da cidade e a Associação Comercial e Industrial (Acisa), no sentido de ofertar vagas exclusivas para pessoas com 50 anos ou mais.
“Com a crescente geração de empregos com carteira assinada e em paralelo a divulgação de dados preocupantes sobre o desemprego, fica evidente a necessidade de ações e programas que estimulem nas empresas a empregabilidade das pessoas classificadas no grupo 50+”, afirma a democrata.
Segundo a vereadora, o objetivo é unir forças entre o poder público e a iniciativa privada e realizar uma ação onde o mercado de trabalho absorva esta mão de obra tão experiente e que, muitas vezes, enfrenta questões adversas a sua contratação. Salário alto, pouca flexibilidade, desatualização e o risco de ampliar conflitos entre gerações são estigmas pejorativos que acompanham os 50+ na hora da contratação.
Contudo, explica Ana Veterinária, o mesmo estudo que revela a falta de oportunidades indica que fora do mercado de trabalho eles se voltaram ao aprendizado. Quase 80% das pessoas com mais de 50 anos aproveitou o tempo parado em casa, durante o isolamento social, para fazer cursos online. Dentre os entrevistados, sete em cada 10 dizem que se sentem, agora, mais preparados para o uso profissional das redes sociais, por exemplo.
Ageísmo
A questão etária no mercado de trabalho é tão forte e causa tanto impacto que o preconceito com os cinquentões ganhou até nome: ageísmo. O termo, criado em 1969, pelo psiquiatra e gerontologista americano Robert Neil Butler, é empregado para descrever os estigmas de qualquer faixa etária, mas frequentemente é associado à discriminação contra os mais velhos.
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