Da Redação – O incêndio numa fábrica japonesa de semicondutores, o bloqueio temporário do canal de Suez e a crescente escassez da borracha tailandesa e vietnamita agravaram a crise de fornecimento de insumos e componentes, provocando paralisações de linhas de montagem que, associadas às restrições nas operações das concessionárias, impactaram fortemente os resultados em abril.
Resultados que expoem os efeitos da suspensão da produção da unidade da GM em Gravataí sobre o modelo Onix, líder de vendas em 2020, mas que, no mês de abril passou para a quinta colocação no ranking de automóveis, registrando volume de vendas 37,5% menor que fevereiro, e uma queda de 19,3% frente a março.
Os problemas de produção também afetaram o mercado de caminhões, segmento automotivo com maior consistência de resultados de recuperação frente à Pandemia, alavancada pelas demandas do agronegócio, das ampliações nas operações de logística e da gradual retomada da indústria da construção cívil. Mas que, hoje, tem os novos pedidos condicionados a um prazo de entrega superior a noventa dias. Principal razão para em, abril, apresentar uma queda de 9,06% no volume de emplacamentos registrados no mercado nacional.
Em relação ao desempenho do mercado gaúcho em abril, chama a atenção o crescimento de 7,56% nas vendas de automóveis e comerciais leves no RS. em comparação a queda de menos 7,45% nas vendas registradas no mercado nacional. Resultado positivo para o qual deve se manter o equilíbrio entre uma expectativa otimista e a ponderação relativa às medidas restritivas que implicaram em forte redução de emplacamentos em São Paulo e Minas Gerais.
Segundo dados apurados pela Fenabrave/ Sincodiv-RS, os emplacamentos de veículos tiveram números positivos em Abril, alcançando um volume 9,07% maior em comparação aos de Março, com desempenho superior ao mercado nacional que registrou no mês incremento de apenas 6,73%. Destacando-se positivamente por melhor desempenho frente ao mês anterior, o crescimento de 43,24% nas vendas de ônibus e de 37,30% no volume de motocicletas comercializadas. Enquanto, como desempenho negativo, temos a queda de 15,50% nas vendas de caminhões no estado, um resultado pior do que o registrado no mercado brasileiro.
“Certamente, a crise sanitária é um desafio extremo a ser enfrentado. Mas, a perspectiva positiva em relação à campanha de vacinação avançar nos próximos meses, criando condições para avistarmos no horizonte uma volta à normalidade, é fator decisivo para a plena recuperação do setor automotivo, no sentido de solucionar o problema da falta de insumos e componentes para as cadeias produtivas, evitando novas paralisações nas linhas de montagens. Quanto aos resultados de vendas registrados em abril, o fato das vendas por dias úteis ser maior que as de março, comprova uma latente demanda por veículos ainda não atendida. Um déficit de oferta com forte tendência de agravamento nos meses de maio e junho, quando serão plenos os impactos das paralisações das linhas de produção, fato que ocorre em diversas montadoras. Tais indicadores tem o potencial de proporcionar um ambiente de maior pressão sobre os preços dos veículos nos próximos 60 dias. Cenário que deve persistir até o final de 2021, tendo em vista que, no segundo semestre, há a consolidação da chegada dos novos modelos, ocorrendo a interrupção da produção dos modelos 2021 e o início da produção 2022, para formar os estoques iniciais necessários para o lançamento no mercado.” afirma Paulo Siqueira, presidente da Fenabrave/ Sincodiv-RS.
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