Da Redação – O sargento João Alves Teixeira é o primeiro policial militar com um século de vida a receber uma medalha também secular. O militar foi homenageado pelo secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, pelo comando da PM e pela Caixa Beneficente da corporação.
Teixeira ingressou na chamada Força Pública em 1941 e serviu em diversas unidades e cidades diferentes, em especial, no interior do Estado. Na reserva desde 1960, ele vive atualmente em Bauru com sua esposa e recebe visitas frequentes de filhos, sobrinhos, netos e bisnetos – destes, 17 outros policiais militares e uma policial civil.
“Não foi só uma vida inteira dedicada à segurança, mas o sargento João Alves inspirou uma família inteira a seguir o mesmo caminho. Uma verdadeira família policial militar”, exaltou Moraes, após entregar a medalha General Francisco Alves do Nascimento.
Direta ou indiretamente, Teixeira influenciou familiares e amigos a seguir carreira dentro da PM. “Estas pessoas tem no sargento um espelho de que vale a pena lutar por um ideal. E este é o ideal bandeirante de uma sociedade mais justa”, afirmou o superintendente da Caixa Beneficente, coronel Luís Henrique Falconi.
Além de Moraes e do coronel Falconi, estiveram presentes o secretário adjunto, Mágino Alves Barbosa Filho, o comandante geral da PM, coronel Ricardo Gambaroni, o subcomandante, coronel Francisco Alberto Aires Mesquita, e diversos oficiais do alto comando da instituição.
Centenário – Nascido na cidade de Franca, em 20 de fevereiro de 1916, João Alves Teixeira ingressou na Força Pública por acaso. O sargento conta que, ao viajar para São Paulo, viu uma fila e decidiu descobrir o que era. Perguntando, soube que era para se alistar na corporação – decisão que prontamente tomou.
Após todos os exames – e “esticando o máximo que dava”, pois achava que não tinha a altura máxima – entrou em 1941. Nos anos seguintes, frequentou o curso de soldados em Sorocaba e atuou ainda na Capital, Itatinga, Boituva, Pindorama, Santa Adélia, Valentim Gentil, Neves Paulista, entre outras.
Nas cidades menores, fez a diferença tentando aproximar a polícia da comunidade. “Gostava muito de formar grupos de escoteiros e guardas mirins, além de ajudar nas igrejas”, disse Teixeira. “E nas férias, sempre viajava para conhecer outros destacamentos da Força”.
João Alves conta que, em matéria de criminalidade, o estado bandeirante tinha dois cenários. “Na Capital, havia muito batedor de carteira, mas o interior estava cheio de ladrões de cavalo”, conta rindo, ao se lembrar da época.
Durante a 2ª Guerra Mundial, o segundo sargento foi promovido à atual patente por ter servido em área de abrangência de conflito (São Paulo e 150 km no entorno). “Mas eu queria mesmo era ter ido para a batalha. Era jovem na época e era para ter sido chamado”, afirmou. O militar pertencia ao quinto escalão de convocados. Porém, após o quarto grupo ser convocado, o conflito terminou.
Anos depois, em 1960, Teixeira entrou para a reserva quando trabalhava na região de Mirassol. A Caixa Beneficente da Polícia Militar é responsável pela saúde e educação dos beneficiários dos membros da corporação. Reconhecendo o valor do sargento, sua atuação passada e influência ainda presente, a instituição concedeu a ele a medalha comemorativa dos 100 anos.
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