Da Redação – As vendas de veículos (quatro rodas), em 2020, alcançaram um volume de 2,05 milhões de unidades, com queda de 26,16% em relação ao ano anterior, gerando uma performance com resultados similares aos de 2016. Desempenho fortemente negativo, mas superior às projeções dos primeiros meses da Pandemia que previam uma retração de vendas acima de 30%. Entretanto, desconsiderados os cerca de 90 dias de paralisação e/ou redução de produção, podemos dizer que, por outro lado, alcançaram, no geral, volume proporcional ao resultado do setor automotivo em 2019.
Com relação ao desempenho do mercado gaúcho, dezembro apresentou números positivos, com crescimento em todos os segmentos de veículos. Destacando-se o expressivo resultado obtido nas vendas de ônibus pelas concessionárias do RS, incremento de + 57,14% frente às vendas registradas em novembro; e de + 1,32% no comparativo com dezembro de 2019. Estes números trazem algum alento para este segmento que enfrenta a mais acentuada queda de demanda em virtude das medidas de isolamento social, terminando 2020 com vendas 36% abaixo das obtidas no Estado em 2019.
Outros dois segmentos com crescimento de vendas significativo no RS são os de automóveis e o de comerciais leves, que alcançaram, respectivamente, +13,15% e +19,66% do que foi vendido em novembro. Números que, desta vez, superaram o desempenho do mercado nacional, tendo, este último, registrado um incremento de vendas de +9,64% em automóveis e +3.91% em comerciais leves.
Segundo dados apurados pela Fenabrave/ Sincodiv-RS, os emplacamentos em dezembro mostram crescimento de +12,98% no RS frente a, apenas, 8,62% em todo o Brasil. Resultado aparentemente satisfatório, mas que na verdade apresenta um desvio estatístico decorrente das vendas registradas nos estados de MG e RJ, ambos com desempenhos negativos frente ao mês anterior. Sendo de -3,51% em MG e de abissais -30,37% no RJ. Possivelmente, em decorrência da nova onda de contágio pelo Coronavírus ter afetado a indústria do turismo reduzindo a atividade econômica no RJ bem como a queda de vendas em MG, Estado que representa o maior volume de vendas diretas de veículos para Locadoras. Assim, se fossem expurgados os impactos negativos destes dois estados do resultado nacional, teríamos, no Rio Grande do Sul, um desempenho que retomaria a sua referência de índices abaixo da performance geral do mercado brasileiro.
“O setor automotivo, um estuário natural das forças da economia do Rio Grande, em vista do seu importante papel nos segmentos de consumo, serviços, meios de produção e transportes, em conjunto com os desafios vivenciados em 2020, nos levam a um sentimento de confiança na capacidade das Concessionárias de Veículos do RS terem condições de reagir e vencer as incertezas do atual cenário sócio econômico. Contudo, ainda convivemos com o contínuo declínio da participação gaúcha no mercado nacional, aliado a um desempenho crítico quando comparado, por exemplo, ao obtido por Santa Catarina nos segmentos de automóveis e comerciais leves. Nosso vizinho, em 2011, comercializava 212 mil unidades, enquanto no RS alcançávamos 305 mil unidades no mesmo ano. Já, em 2020, Santa Catarina, que havia nos tomado a 4ª posição no “ranking” nacional em 2019, alarga, ainda mais, esta diferença, apresentando vendas de 165 mil veículos frente a, apenas, 149 mil unidades no Rio Grande do Sul. São 16 mil unidades a menos, quando deveriam ser, pelo menos, outro tanto a mais, dada a diferença populacional em favor do RS. Ou seja, poderíamos ter licenciado outros 30 mil veículos, com arrecadação adicional de ICMS próxima dos R$ 100 milhões. Tais resultados, dão claros sinais da urgência que temos em realizar severas mudanças para o resgate da nossa competitividade neste importante segmento produtivo, além da necessidade de uma nova forma de pensar a economia do nosso Rio Grande.”, afirma Paulo Siqueira, presidente Fenabrave/ Sincodiv-RS.
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