Da Redação – De acordo com o artigo 251 do Código de Trânsito, a utilização do sinal de pisca-alerta é reservada especificamente para casos de imobilização ou situações de emergência. Condições duplamente associadas ao impacto da Pandemia sobre a economia e, em especial, sobre a indústria automotiva. Setor com capacidade direta e indireta de influenciar até 25% do PIB, já que é composto por uma longa cadeia produtiva, desde autopeças, linhas de montagem e redes de distribuição de produtos e serviços, que, diante do comportamento errático das vendas, tem acionado sinais de alerta quanto aos riscos de retomar a produção no patamar de 2019.
Tais sinais são reforçados pelos resultados gerais de vendas de novembro, em especial para o Rio Grande do Sul, onde foi interrompida a sequência de recuperação mensal contínua de vendas iniciada em maio. Em números, o mercado do RS registrou 15.132 emplacamentos no mês: uma queda de -0,79% em comparação ao resultado obtido em outubro; uma redução de -5,02% frente a novembro de 2019; e redução de -24,74% de vendas acumuladas em 2020, em comparação ao ano passado. Por outro lado, o mercado nacional, em novembro, registrou um pequeno crescimento de +0,45% frente ao mês anterior; queda de -3,18% frente a novembro de 2019, e -23,62% de vendas acumuladas em 2020, em relação ao ano anterior.
O destaque do mês foi o crescimento de +28,52% nas vendas de caminhões em relação a outubro, alcançado pelos esforços das Concessionárias, mas, também, reflexo da pujança dos setores agrícola e de transportes no Estado. Sinalizando a forte sinergia entre o mercado de veículos e o desempenho da economia.
Como ponto negativo, temos a persistência de lentidão na recuperação de vendas no segmento de ônibus, com o mercado do RS registrando queda de 12,50% frente a outubro, passando a ter um volume de vendas acumuladas em 2020, frente a 2019, menor que o registrado pelo mercado nacional em igual período.
“Os resultados negativos observados nos vários segmentos de veículos no mercado gaúcho, quando comparados aos resultados nacionais, em parte, refletem as consequências de uma onerosa e anacrônica política fiscal que, por anos, tem condenado o mercado de veículos do Rio Grande do Sul a desempenhos comparativos limitados, frente aos registrados no mercado nacional. Resulta, ainda, em uma constância de comportamento caracterizado pela sina de, caso nacionalmente as vendas cresçam, no RS elas irão crescer menos. Enquanto, caso no país as vendas caiam, no RS elas cairão ainda mais. Como exemplo, basta verificar o desempenho gaúcho frente às vendas de Santa Catarina e Paraná. Estados que em 2020 têm, respectivamente, + 10% e +30% de vendas acumuladas do que as realizadas no RS.
Hoje, o mercado vivencia uma pontual tendência de aumento de preços, consequência do desequilíbrio entre a oferta e a demanda de veículos. Considerando que as Montadoras têm limitações para o aumento da produção, e os consumidores elegendo a compra de um veículo como opção preferencial de investimento, conveniência ou modernização de frota.
Portanto, adotar uma carga fiscal justa, adequada à realidade do mercado de veículos, permitiria a formação de uma relação mais integrada e construtiva entre vários segmentos, necessária para gerar as riquezas e os empregos tão necessários para a recuperação social e econômica do nosso Rio Grande.” Afirma Paulo Siqueira, presidente Fenabrave/Sincodiv-RS.
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