* Carlos Alberto Coquinho Bazani – Lá pelos idos de 1968, os alunos andreenses da EAD (Escola de Arte Dramática) tinham a ideia de montar um grupo de teatro profissional na cidade. Por iniciativa da professora Heleny Guariba, o assunto voltou à pauta apesar de certa reserva por parte de Antonio Petrin e Sônia Guedes. Mas assim mesmo o projeto evolui e foi apresentado ao Diretor de Cultura de Santo André, Miller Paiva da Silva, que prontamente encaminhou ao prefeito Fioravante Zampol.
Através de um projeto de lei, o prefeito Fioravante Zampol autorizou a subvenção de CR$ 7 mil (Sete mil cruzeiros) à Scasa (Sociedade de Cultura Artística de Santo André), que seriam destinados à montagem da peça Jorge Dandin de Molière. A estreia foi no dia 18 de maio de 1968, no Teatro de Alumínio, que foi demolido logo em seguida.
Naquele mesmo ano, a SCASA recebeu em comodato por 30 anos o prédio onde funcionava o Cine Santo André na Rua Coronel Alfredo Flaquer. Com algumas reformas e adaptações, o cinema se transformou em casa de espetáculos teatrais. Surgiu, então, o Teatro Scasa, que foi inaugurado em 20 de setembro de 1970, com a montagem da peça O Barbeiro de Sevilha de Beaumarchais com tradução de Mário Quintana.,e a produção por conta do GTC.
Devido à decretação do AI-5 em dezembro de 1968, as circunstâncias pareciam indicar que o projeto do GTC se tornaria inviável. A retomada das atividades do Grupo surge com a montagem de O Noviço, um projeto bem mais modesto e pouco ambicioso. O GTC voltou com força total na estreia da peça A Cidade Assassinada, de Antonio Callado, que inaugurou o Teatro Distrital Conchita de Moraes em 5 de abril de 1970.
Mas veio no ano seguinte o grande momento histórico para Santo André e para o Grupo de Teatro da Cidade, mais precisamente no dia 13 de abril de 1971. A inauguração do Teatro Municipal de Santo André, com a encenação do espetáculo A Guerra do Cansa Cavalo de Osman Lins e produção do GTC. E foi assim que começou uma nova era do Teatro Brasileiro.
A direção do espetáculo foi de Celso Nunes, e o elenco Sônia Guedes (Gertrudes); Antonio Petrin (Pedro Ivo); Maria Luiza Carmela (Maria Saura); Cláudio Correa e Castro (Fidêncio); Henrique Lisboa (Sete Ranchos); Augusto Maciel (João João); Amaury Alvarez (Rosário); Geraldo Rosa (João Pinto); Silvia Borges e participação especial de Antonio Chiarelli, entre outros.
PS – Todas as informações e fotos usadas na coluna foram obtidas no livro O Teatro em Santo André – 1944/1978, de José Armando Pereira da Silva, e os direitos editoriais do livro são da Prefeitura de Santo André.
* Carlos Alberto Coquinho Bazani é natural de Santo André. Foi colaborador do Jornal Informação Resumo Jovem; da Gazeta do Grande ABC; da Rádio Orion FM e trabalhou na Assessoria de Comunicação e na Secretaria de Educação Cultura e Esportes de Santo André. É membro eleito do Conselho Diretor do Fundo de Cultura, além de coordenador do Bloco O Beco do Conforto. Contato com o colunista: coquinhobazani@hotmail.com
Antonio Petrin, quanto tempo…dramaturgia Andreense.
Parabéns Coquinho, o seu Do Fundo do Baú, com fatos, conhecimentos e doses de irreverência e picardia, a cada dia conquista mais leitores. Grande abraço e obrigado por nossa parceria!