Da Redação – Um novo remédio tem se mostrado eficaz no tratamento do linfoma de Hodgkin. Liberada no Brasil no final de 2014, a brentuximabe é a 1ª droga criada para a doença nos últimos 30 anos. “O remédio está sendo muito promissor, principalmente quando associado à quimioterapia”, afirma o onco-hematologista Celso Massumoto, do Hospital Oswaldo Cruz.
Celso Massumoto, do Hospital Oswaldo Cruz (São Paulo), é doutor em medicina pela USP e membro do Comitê Científico da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. Quando o linfoma de Hodgkin é descoberto na forma avançada ou ocorre recidiva, isto é, ele reaparece, é necessário intensificar a dose de quimioterapia, na tentativa de vencer os mecanismos de resistência da célula tumoral. Esse procedimento, associado ao transplante de medula óssea, é o tratamento mais adequado nessa fase. No entanto, pacientes mais idosos não toleram o procedimento devido à toxidade resultante da medicação. É aí que entra a brentuximabe.
O novo tratamento se mostra eficaz em 75% dos pacientes que não puderam recorrer ao transplante de medula óssea. “A droga está sendo usada com sucesso também quando ocorre recidiva em jovens. Nesse caso, o medicamento é usado antes da realização do transplante”, explica Massumoto.
Doença – Esse tipo de câncer do sistema linfático, descoberto em 1832 pelo médico Thomas Hodgkin, manifesta-se pelo surgimento de caroços indolores no pescoço, nas axilas, no tórax e, em casos mais avançados, no abdome. O diagnóstico é feito com a biopsia de um pedaço do linfonodo (pequenas estruturas do sistema linfático) acometido e a identificação, em laboratório, das células cancerígenas. Segundo o onco-hematologista, o SUS (Sistema Único de Saúde) conta com um exame muito eficaz para o diagnóstico, o PET/CT. “Trata-se de uma tomografia considerada de padrão ouro na investigação do grau de comprometimento desse câncer.”
A descoberta da doença no início garante 95% de chance de cura, segundo Massumoto. O tratamento convencional nesses casos é a associação de quimioterapia com radioterapia. “O problema é que, após duas ou três sessões, os sintomas desaparecem e muitos jovens abandonam o tratamento,” afirma o médico. Um ano depois, retornam com a doença em estado avançado e com taxas de resposta de cura inferiores a 30%. “É fundamental, portanto, fazer todas as sessões de quimioterapia, que são quinzenais e duram seis meses”, completa Massumoto.
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