Pesquisa indica que quase 75% dos PMs sofreram ameaças por causa do trabalho

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Da Redação – 3 em cada 4 policiais brasileiros já sofreram ameaças devido à atuação em combate ou investigação de crimes. De acordo com a inédita “Pesquisa de vitimização e risco entre profissionais do sistema de segurança pública”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 75,6% dos policiais já foram ameaçados em serviço e 53,1%, fora dele.

Os números, porém, escondem a realidade. É quando estão fora de serviço que os policiais são mais atacados: 70% dos policiais têm colegas que foram vítimas de homicídio fora do trabalho e 61,9% têm colegas que foram vítimas de homicídio em serviço. A pesquisa, inédita, será divulgada nesta quinta-feira (30/7), durante o 9° Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que acontece no Rio de Janeiro.

A pesquisa revelou, também, que os policiais costumam adotar hábitos específicos devido ao risco que sentem correr no dia a dia. O uso de transporte público, por exemplo, é evitado por 61,8% dos agentes de segurança pública. Outros 44,3% tem o habito de esconder a farda e/ou o distintivo entre a casa e o local de trabalho, e 35,2% procuram esconder até mesmo de parentes e amigos o fato de ser um agente de segurança pública. Outro fato revelado pela pesquisa é que os policiais adotam esses hábitos não apenas por temer por sua integridade física ou pela de seus parentes, mas pela discriminação que sentem sofrer na sociedade: 65,7% dos agentes de segurança afirmam já terem sido descriminados por conta de seu trabalho.

Entre os principais medos dos policiais, de acordo com a pesquisa, estão: Ser vítima de homicídio, tanto em serviço quanto fora dele; ser ferido em serviço ou fora dele; ser acusado injustamente de práticas ilícitas; adquirir algum tipo de distúrbio incapacitante; e adquirir algum distúrbio psicológico.

Mas não é só por si próprio que o agente de segurança teme. A maior parte deles (75,8%) acredita que suas famílias correm risco de moderado a elevado devido a alguma atuação específica; 75,1% acreditam que a família está em risco simplesmente pela profissão escolhida; 46,6% afirmam que a família sofre discriminação por ter um in tegrante atuando como agente de segurança pública; e, 45% temem a desestruturação famílias (separação e outros conflitos graves) devido as peculiaridades de seu trabalho.

Além disso, a pesquisa revela que os agentes de segurança também se sentem inseguros quanto a sua atuação profissional. Principalmente, por falta de equipamentos de proteção (54,5%), falta de apoio do comando (55,1%) e falta de apoio da sociedade (59,7%).

A “Pesquisa de vitimização e risco entre profissionais do sistema de segurança pública”, produzida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em parceria com o Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (EAESP) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e a Secretaria Nacional de Segurança de Segurança Pública do Ministério da Justiça e, ouviu 10.495 agentes de segurança pública das polícias militar, civil, rodoviária federal, federal, corpo de bombeiros, guarda municipal e agentes penitenciários em todo o Brasil.

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