Documentário “Se Eu Contar, Você Escuta?” estreia nos cinemas

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Filme, que marca a estreia da diretora Renata Coimbra, é um retrato potente da violência sexual contra crianças e adolescentes; O longa entra em cartaz em SP, MG, Brasília, além de Natal e João Pessoa  

Da Redação – O longa “Se Eu Contar, Você Escuta?” é o primeiro trabalho audiovisual da diretora Renata M. Coimbra. Ele será lançado em dose dupla, na TV e também nos cinemas de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, além de pré-estreias em Natal e João Pessoa. Antes de chegar às salas, ele poderá ser conferido no canal de televisão mineiro TV Serra Geral, que o exibirá no dia 18 de maio, às 20h, e a partir do dia 20, o filme chega às salas de cinema de diversas regiões do país.

A data do lançamento foi escolhida por ser o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Um trailer do filme será apresentado na Audiência Pública organizada pelo Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes, que será realizado no Congresso Nacional no dia 12 de maio. O documentário é um relato sensível e necessário, que mostra como a violência sexual mudou para sempre o destino de oito meninas, que já adultas, relatam suas experiências de forma direta e comovente.

A diretora Renata Coimbra conheceu essas mulheres há mais de vinte anos, quando ainda eram adolescentes e estavam em situação de rua. Na ocasião, Renata supervisionava um grupo de assistentes sociais da Prefeitura de Presidente Prudente e gravou as entrevistas com elas. Essas gravações foram redescobertas em uma mudança de residência, quando encontrou uma caixa com as fitas dos depoimentos.

“Ao ouví-las novamente, passei a me perguntar o que aconteceu com aquelas meninas. Elas estariam vivas? Na ocasião, se viam sem saída, mas e agora?”, comenta a diretora. Renata convidou então, Célia Freire, uma das assistentes sociais que acompanhava as meninas e que havia desenvolvido uma forte relação com elas. Juntas, saíram em busca dessas jovens encontrando algumas e se surpreendendo com o destino delas, o que motivou a realização desse documentário.

Quando perguntada sobre a experiência de dirigir um primeiro filme como esse, Renata destaca: “Há 20 anos atrás, quando eu trabalhava com as protagonistas, ainda meninas, e realizava meus estudos, jamais imaginaria que suas histórias seriam contadas através de um documentário. Eu era uma pesquisadora, acadêmica e embora sempre tenha sido uma apaixonada por filmes desde muito jovem, essa possibilidade estava muito distante. Reencontrá-las, conhecer sobre suas vidas, saber como estavam, como enfrentaram a dura realidade que viveram e sobre suas lutas cotidianas, foi uma experiência reveladora. Poder transmitir suas histórias de dignidade e resistência, compartilhando com o público é de uma satisfação indescritível.”

Sobre a potência do audiovisual para tratar um tema tão complexo, a diretora reforçou: “Acredito que a linguagem cinematográfica, com divulgação de temas complexos que exigem sensibilidade, auxiliam na mobilização social e empatia daqueles que assistem aos filmes.  Considerando a gravidade representada pelos casos de abuso e exploração sexual em nosso país, aliada com a intensificação de casos durante a pandemia da Covid-19, inclusive com aumento de relatos de violência sexual no contexto online, atenta para a perpetuação dos mesmos e a necessidade de seu enfrentamento. Tenho expectativa de que o documentário possa promover engajamento social na defesa de crianças e adolescentes que vivem tais contextos.”

Um filme necessário

 A violência sexual atinge crianças e adolescentes de todas as idades e classes sociais. É um fenômeno complexo que abarca dois espectros mais específicos: o abuso e a exploração sexual. Dados de 2021 levantados pela Unicef em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com base em casos registrados em boletim de ocorrência, mostram que a cada hora, cinco crianças e adolescentes são vítimas de violência sexual no Brasil. Os pesquisadores desse fenômeno estimam que para cada caso registrado, ao menos outros nove foram não integram as estatísticas por inúmeros motivos.

O filme ainda conta com a trilha sonora original criada pela premiada musicista mineira Maria Bragança, que se inspirou nas cirandas brasileiras e músicas cantaroladas pelas protagonistas durante seus depoimentos. Uma delas, a popular “Brilha, Brilha, Estrelinha“, na sua versão medieval, traz uma pergunta reveladora: “Eu devo contar para você, mamãe, o que está causando meu tormento?”.

Sinopse

Gravações em áudio realizadas nos anos 90 revelam a história de oito meninas vítimas de violência sexual. Filhas de famílias de migrantes e agricultores, elas viviam nas ruas de uma cidade do interior do Brasil, algumas desde os 9 anos de idade. Mais de 20 anos se passaram e, agora adultas, revisitam sua infância e contam os motivos que as levaram às ruas em uma surpreendente saga pela sobrevivência.

A Diretora – Renata M. Coimbra

Renata M. Coimbra é professora universitária da UNESP Presidente Prudente, com MBA em Cinema-Documentário e Doutorado em Psicologia. Em 1999, no início de sua carreira, entrevistou um grupo de meninas de sua cidade expostas à exploração sexual comercial e atendidas por uma equipe de assistentes sociais da Prefeitura. Impactada pela crueldade da situação, passou a dedicar-se ao enfrentamento da exploração sexual comercial de crianças e adolescentes (ESCCA). Escreveu diversos artigos e publicou livros sobre o assunto até que 20 anos depois, ao ouvir novamente as fitas gravadas com essas meninas, resolveu procurá-las e realizar esse documentário.

Sobre a Produção

O filme é uma produção da T’AI Criação, sediada em Brumadinho(MG). O documentário teve apoio do Programa Ibermedia 2015, foi selecionado pelo Edital de Cinema BNDES 2016, sendo  contemplado para investimento, tornando-se o primeiro projeto de documentário mineiro a receber esse prêmio. Vale ressaltar a importância deste certame nacional, instituído em 1995, que ao longa da sua existência premiou 449 títulos, sendo oito deles produzidos em Minas Gerais. A T’AI Criação é a quarta produtora mineira a ser contemplada. Esta obra foi selecionada na Chamada Pública BRDE/FSA PRODAV 01 e contou com recursos públicos geridos pela  Agência Nacional do Cinema – ANCINE. Este lançamento é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

O filme “Se Eu Contar, Você Escuta?” fará sua estreia internacional na Califórnia/EUA, onde integra a Seleção Oficial do LOS ANGELES WOMEN IN FILM FESTIVAL 2022.

Calendário de Lançamento

TV

Estreia – 18 de maio às 20h

TV Serra Geral de Janaúba (MG)

CANAL 13 – DIGITAL NO CANAL 26.1

Cinema

Pré-estreias

17/05 – terça-feira – João Pessoa(Paraíba)

Sessão com a diretora

Horário: 13h30

Local: Cine Bangüê – R. Abdias Gomes de Almeida, 800 – Tambauzinho, João Pessoa – PB

19/05 – quinta-feira – Natal(Rio Grande do Norte)

Sessão seguida de bate-papo com a diretora

Horário: 09h

Local: Auditório da Biblioteca Zila Mamede – Rua da Biblioteca, S/N – Campus Universitário da UFRN – Lagoa Nova, Natal – RN

Estreia – dia 20 de maio nos cinemas*:

*O filme estará sendo exibido regulamente nos cinemas das cidades abaixo entre os dias 20 e 26 de maio. Consulte a programação de horário de cada sala.

Brasília

Espaço Itaú de Cinema – Shopping Casa Park

No dia 20, às 14h30, haverá sessão seguida de bate-papo com a diretora

Belo Horizonte

Una Cine Belas Artes – Rua Gonçalves Dias, 1581 –  Lourdes

No dia 23, às 19h haverá sessão seguida de bate-papo com a diretora

São Paulo

Espaço Itaú de Cinema – Shopping Frei Caneca

Nos dias dias 25, às 14h e 26, às 17h, as sessões serão seguidas de bate-papo com a diretora

Exibição em Audiência pública em alusão aos 22 Anos do 18 de Maio, Lei 9970/00 que Institui o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

12 de maio

Horário: 09h30

Local: Câmara dos Deputados – Brasília/DF

Realização: Frente parlamentar mista em defesa dos direitos de crianças e adolescentes

Parceria:  Comitê nacional de enfrentamento a violência sexual contra crianças e adolescentes

Se eu contar, você escuta?

Documentário, 98 min, Brasil, 2022

Direção: Renata M. Coimbra

Trilha Original: Maria Bragança

Produção T’AI Criação e Produção

Produção Original: TV Serra Geral

Produtores Associados: MB e Futuro Coletivo  

Redes(Instagram, Facebook, Twitter e Tik Tok): @seeucontarfilme

Sitewww.seeucontar.com.br

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