Da Redação – O índice de desemprego em fevereiro subiu de 15% para 15,7% nas cidades do ABC, em relação a janeiro. Na análise por setores, o nível de ocupados na indústria de transformação também apresentou recuo (-2,9%), mas, na variação anual, permaneceu em patamar 8,8 % superior a 2015. As informações constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, apresentada nesta quarta (30) na sede da entidade regional.
“A taxa de desemprego em fevereiro na região igualou fevereiro de 2005 e obteve o maior nível desde maio de 2006, quando foi de 16,1%”, afirmou César Andaku, economista do Dieese, durante a divulgação da pesquisa.
O ABC eliminou, no último mês, aproximadamente 17 mil postos de trabalho, gerando um contingente de 219 mil pessoas desempregadas, situação atenuada pelo decréscimo da População Economicamente Ativa (PEA). Neste período, 9 mil pessoas deixaram força de trabalho da região (queda de 0,6%).
O contingente de ocupados no ABC diminuiu 1,4%, totalizando 1,177 milhão de pessoas. Na análise por setores, o resultado foi influenciado por reduções na Indústria de Transformação (-2,9%, ou eliminação de 9 mil postos de trabalho). No sentido inverso, o segmento de metal-mecânica registrou crescimento de 3%, com geração de 5 mil postos de trabalho.
“A metal-mecânica responde pela maior parte dos ocupados da indústria da região. A alta no número de ocupados do segmento ajudou a indústria a se manter num nível próximo a dezembro”, explicou o economista do Dieese.
No setor de Serviços, houve recuo de 1,3% no contingente de ocupados, ou redução de 8 mil pessoas, enquanto no Comércio e Reparação de Veículos Automotores Motocicletas a queda foi de 2,3%, com diminuição de 5 mil.
O número de assalariados permaneceu estável. No setor privado, o contingente de empregados sem carteira de trabalho assinada aumentou 8,9% e, em menor medida, o com carteira avançou 0,7%. No setor público, o número de assalariados diminuiu 12,4%. No mês em análise, reduziram-se os contingentes de autônomos (-5,5%) – em especial dos que trabalham para o público (-5,3%) – e dos ocupados no agregado demais posições (-4,5%).
Entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, também diminuíram os rendimentos médios reais de ocupados (-1,7%) e de assalariados (-3,1%), que passaram a equivaler a R$ 2.138 e R$ 2.191, respectivamente. Sofreram ainda redução as massas de rendimentos dos ocupados (-4,5%) e dos assalariados (-5,3%), em ambos os casos, em decorrência de reduções dos rendimentos médios reais e do nível de ocupação.
Comportamento em 12 meses – Entre fevereiro de 2015 e o mesmo mês deste ano, a taxa de desemprego total no ABC avançou de 10% para 15,7%. Em termos absolutos, o contingente de desempregados ampliou-se em 81 mil pessoas. O número é resultado da retração do nível de ocupação, com a eliminação de 62 mil postos de trabalho, ou queda de 5,0%. Além disso, houve aumento da População Economicamente Ativa (PEA) no período, com 19 mil pessoas passando a fazer parte da força de trabalho da região (aumento de 1,4%).
O economista do Dieese afirmou que, segundo a pesquisa, o número de pessoas ingressando o mercado de trabalho não tem apresentado aumento. “Ainda não vemos um movimento indicando o retorno de pessoas ao mercado de trabalho. O que tem ocorrido é a queda na ocupação, afetando as taxas de desemprego”, disse César Andaku.
O nível de ocupação diminuiu 5,0% entre fevereiro de 2015 e de 2016. Na análise setorial, o resultado decorreu da retração nos Serviços (-11,6%, ou eliminação de 79 mil postos de trabalho), apenas parcialmente recompensada pelo crescimento na Indústria de Transformação (8,8%, ou geração de 24 mil postos de trabalho) – com destaque para a expansão da metal-mecânica (13,4%, ou 20 mil) – e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (2,4%, ou 5 mil).
O nível de assalariamento caiu 4,1% nos últimos 12 meses. No setor privado, diminuíram os contingentes de assalariados com e sem carteira de trabalho assinada (-3,7% e -8,5%, respectivamente). O emprego público decresceu 5,2%. No período em análise, recuaram o número de ocupados no agregado demais posições (-16,0%) e, em menor proporção, o de autônomos (-1,7%) – apesar do discreto aumento dos que trabalham para o público (1,9%).
Entre janeiro de 2015 e de 2016, houve recuo nos rendimentos médios reais de ocupados (-11,7%) e assalariados (-11,4%). Também diminuíram as massas de rendimentos reais dos ocupados (-15,2%) e dos assalariados (-15,0%), em ambos os casos, devido às reduções nos rendimentos médios reais e, em menor proporção, no nível de ocupação.
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